O Popular divulga artigo do Presidente da Federação sobre o crime organizado

O NOVO MINISTÉRIO

Por Antônio Maciel Aguiar Filho*

O crime organizado possui uma estrutura e organização que muitas vezes falta ao Estado. Eles se armam, roubam, traficam armas, drogas e até pessoas, matam de forma disciplinada e cruel, dificultando a ação dos órgãos e agentes públicos, carentes, via de regra, de informações, de sistemas de inteligências e, o mais grave, de falta de recursos para adquirir.

Neste contexto o serviço de inteligência do país ou de qualquer unidade federativa deve ser priorizado, e a união deve assumir este papel, afinal o crime ganhou dimensão nacional e se tornou banal. Em Goiás o governo deu demonstração desta necessidade ao instituir recentemente a Agência de Inteligência estadual mais abrangente do país, criando por decreto, o Sistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP GO) que visa dentre outros objetivos, a inclusão de todas as forças de segurança e, também, a criação de um subsistema especifico para efetivar parcerias e cooperação com outras instituições para a produção de informações de maior qualidade.

Temer anunciou a criação do Ministério da Segurança Pública, incorporando ao novo Ministério a PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). Acontece que somente dividir Ministério não significa melhor enfrentamento a criminalidade, é preciso admitir que o crime organizado tupiniquim esparramou-se pelo pais e que hoje já se associa ao crime organizado internacional, sobretudo os traficantes de armas, de drogas ou de pessoas, criando um ciclo de enriquecimento e poder que afronta as forças policiais, a autonomia dos países e, por que não dizer ao próprio estado de direito. Portanto, são necessárias ações integradas e inteligentes, capazes de reagir a este cenário extremamente preocupante e desolador.

Neste contexto, uma das principais soluções a ser buscada por meio deste novo Ministério, além, é claro, de indicar um técnico competente e não um político para ocupar a nova função, é convergir esforços de interoperabilidade na área de inteligência e entre os sistemas de identificação biométricos e biográficos existentes no país (TRE, Detran, Institutos de Identificação e Cartórios) e mesmo entre os países vizinhos que já dispõem destas tecnologias

Só assim, alavancando a capacidade de inteligência investigativa das forças policiais, pode surgir uma luz no fim do túnel, diante da total insegurança pública no País.

* Datiloscopista Policial e Presidente da Federação Nacional dos Peritos Oficiais em Identificação – FENAPPI, especialista em pericia criminal e ambiental, Atualmente lotado na CIT- Coordenação de Inovação e Tecnologia da Policia Civil.

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