Família do cinegrafista Ari Júnior aguarda identificação do corpo

O Instituto de Identificação de GO enviou documento com digitais de Ari à PF.

Queda de avião na Colômbia deixou 71 mortos; seis pessoas sobreviveram.

A família do cinegrafista goiano Ari Ferreira de Araújo Júnior, conhecido como Ari Júnior, de 48 anos, que morreu na queda do avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, aguarda a identificação do corpo dele. O Itamaraty informou que cerca de 20 corpos das vítimas já haviam sido identificados até as 13h desta quarta-feira (30).

A mulher do cinegrafista, Meirilane Marques, disse ao G1 que ainda não foi informada se o corpo de Ari está entre os identificados. O Instituto de Identificação da Polícia Civil do estado de Goiás, enviou à Polícia Federal, que está na Colômbia, um documento com as impressões digitais de Ari Júnior para facilitar no processo de identificação.

“Ainda não sabemos se vai ser necessária a ida de algum familiar até lá para fazer esta liberação ou se as digitais serão suficientes. Enfim, acreditamos que este processo vai ser feito de forma coletiva, já que praticamente todos são brasileiros. Nós continuamos esperando por esta identificação e posterior liberação para definirmos as questões relativas ao velório”, disse Meirilane.

Ari integrava a equipe de imprensa que seguia no voo com a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia. O avião caiu perto da cidade colombiana na madrugada desta terça, e 71 corpos foram retirados do local do acidente. Após a identificação, os corpos passarão por tratamento para o transporte até o Brasil.

Uma força-tarefa com funcionários da embaixada brasileira em Bogotá e do Ministério das Relações Exteriores estão na Colômbia para ajudar as famílias nos trâmites burocráticos.

Comoção
Ari Júnior se casou três vezes e tem quatro filhos. A caçula, Isabelle Rodrigues de Araújo, de 15 anos, falou sobre a dor de ter perdido o pai.

“Ele sempre me fez a filha mais mimada, nunca alterou o tom de voz comigo. Era o homem da minha vida. A imagem que fica dele é a que sempre que ele me via dizia que eu era o amor da vida dele. Isso que vai ficar”, afirmou ao G1.

Para o irmão de Ari, Wellington Araújo, a paixão do cinegrafista pela profissão será a principal lembrança que ficará marcada na sua memória. “Ele morreu fazendo o que amava. Fica uma dor muito grande, mas sei que morreu fazendo o que gostava”, afirma.

Wellington conta que estava acordado na madrugada de terça-feira (29) e viu pela televisão a primeira notícia sobre a tragédia. Quando soube que a aeronave seguia para Medellín, lembrou que o irmão havia postado nas redes sociais que iria para a cidade colombiana. O medo pelo pior foi confirmado horas depois.

“Não dormi mais, fiquei assistindo. O prefeito de Chapecó [SC] falou em 25 mortos. Depois em 75. Aí já tinha perdido as esperanças. Fiz as contas e tirei a conclusão na hora [que ele tinha morrido]”, lamenta.

Três dos quatro filhos do cinegrafista Ari Júnior aguardam informações em Trindade, Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)
Três dos quatro filhos do cinegrafista Ari Júnior aguardam informações em Trindade (Foto: Vitor Santana/G1)

Outro filho de Ari, o estudante Thalysson Rodrigues de Araújo, de 26 anos, diz que “a ficha ainda não caiu”. “Ainda estou sem entender o que aconteceu e tem aquela ponta de esperança. Sempre me espelhei nele como profissional, sonhava em trabalhar junto com ele e dizia que se eu fosse 30% do que ele era eu estaria feliz”, relatou o jovem.

Uma das ex-mulheres do cinegrafista, Walquiria Rodrigues de Oliveira diz que ele sempre foi muito apegado aos filhos. “O Ari era incrível. Ficamos casados por 17 anos e eu o conhecia muito bem. Tínhamos uma amizade muito grande, ele era um pai maravilhoso. Receber essa notícia foi um choque. Ele também era um grande profissional, dedicado. Transformava coisas simples em um material esplêndido”, destacou.

Perfil
Ari Júnior começou a carreira como porteiro da TV Serra Dourada, afiliada do SBT em Goiânia, onde, posteriormente, também foi cinegrafista. Na década de 1990, trabalhou na TV Anhanguera, onde fez imagens marcantes, como da Caminhada Ecológica entre Aruanã e Goiânia, às margens do Rio Araguaia, em 1996.

Depois de 1997, Ari foi para a TV Globo em São Paulo e, em 2012, foi convidado a trabalhar na TV Globo RJ. Atualmente, ele integrava a equipe do programa Planeta Extremo. Em abril de 2015, ele fazia parte da comitiva que estava no Nepal quando houve um terremoto, que matou milhares de pessoas. As imagens feitas pelo cinegrafista goiano rodaram o mundo.

Quando não estava em viagens para a gravação do programa, costumava atuar fazendo coberturas esportivas.

Ari nasceu em Goiânia, mas morou em Trindade. Ele era devoto do Divino Pai Eterno e torcedor fanático do Goiás Esporte Clube.

Equipes de resgate trabalham nos destroços do avião que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia e caiu perto de Medelín (Foto: Colombia National Police/via AP)
Equipes de resgate trabalham nos destroços do avião  (Foto: Colombia National Police/via AP)
FONTE: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/11/familia-do-cinegrafista-ari-junior-aguarda-identificacao-do-corpo.html
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