POLÍCIA FECHA ‘CARTÓRIO DA FALSIFICAÇÃO’, QUE VENDIA CERTIDÕES, DIPLOMAS E ATÉ ATESTADOS DE GRAVIDEZ EM CURITIBA
Homem foi preso por estelionato e milhares de documentos e carimbos foram apreendidos; investigadores suspeitam de organização criminosa que atua em todo o estado
A Polícia Civil do Paraná prendeu em flagrante um homem, de 50 anos, suspeito de manter um ‘cartório virtual’, em seu computador, para aplicar golpes com documentos falsificados. Na casa em que ele estava, foram encontrados milhares de arquivos adulterados, espelhos para falsificação de diversos documentos e até carimbos de cartórios oficiais de Curitiba e da Região Metropolitana.
O criminoso já estava sendo investigado há cerca de três meses e foi autuado por estelionato e falsificação de documentos públicos e privados. Entre os arquivos, estavam certidões falsificadas, documentos de identidade, carteiras de habilitação, CPFs, atestados e receituários médicos, diplomas escolares e acadêmicos e até atestados de gravidez.

“Fomos procurados em torno de três meses atrás por uma vítima que afirmou que estavam usando o nome dela para realizar compras, financiamento de veículos e imóveis e contratos de locação em Curitiba. Começamos a monitorar serviços de proteção de crédito, identificamos uma nova consulta em mais uma tentativa de golpe e conseguimos descobrir a localização do estelionatário”, explicou o delegado Emmanoel David, responsável pelo caso.

Além dos golpes praticados, o criminoso também vendia documentos falsificados para que outros estelionatários praticassem crimes. Segundo o agente da PCPR, as falsificações eram bem feitas e a operação, estruturada, com arquivos alterados de mais de um ano atrás. O homem foi preso sozinho na residência, mas possivelmente faz parte de uma organização criminosa que atua no estado.
“Acreditamos que ele faz parte de uma associação criminosa que vendia esses documentos. Assim como há criminosos que vendem e alugam armas para outros cometerem crimes violentos, existem os que vendem conhecimento. Ele cobrava um preço pelo ‘know how‘ dele de fazer as falsificações e outros criminosos utilizavam o serviço. Essa conduta é ainda mais grave, porque essa pessoa pode ter afetado centenas de cidadãos que foram vítimas de golpes”, afirma.

De acordo com o delegado, até o atual estágio da investigação não há indícios de participação de cartórios oficiais no esquema. Os investigadores acreditam que as falsificações eram feitas a partir de documentos originais, solicitados aos órgãos competentes por outras razões.
Atualmente, cartórios já trabalham com reconhecimento de firma digital, além de outros carimbos “virtualizados”. Sendo assim, a possibilidade de conseguir esses arquivos digitais legítimos e realizar as alterações é muito maior e mais fácil. Essa suspeita também é alimentada pelo fato de arquivos com carimbos e documentos de cartórios de outros estados também terem sido encontrados no computador.

A estimativa do número de vítimas potencialmente atingidas pelo estelionatário ainda está sendo apurada. Segundo o delegado da Polícia Civil, a investigação vai continuar se aprofundando no esquema nos próximos meses, em busca de informações como valores cobrados pelo criminoso e a possível participação de outras pessoas.
Fonte: Epoca.
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