Um perito do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo se tornou réu após o Ministério Público (MP) apontar falhas em laudo sobre a queda do helicóptero que resultou na morte de Thomaz Alckmin, filho do então governador Geraldo Alckmin, e de outras quatro pessoas em 2015.
Além de Thomaz, também morreram no acidente o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34.
A denúncia contra o perito Helio Rodrigues Ramacciotti foi apresentada em março pela promotora Camila Moura e Silva à 1ª Vara Criminal de Carapicuíba, na Grande São Paulo.
No documento, ela apontou os seguintes erros:
- O perito afirmou que um painel de chaves do helicóptero não estava danificado e tinha as chaves em posições adequadas, mas fotos na denúncia mostram que isso não é verdade;
- O perito disse que o veículo tinha um certificado diferente ao que realmente tinha. “Dentro das hipóteses para a queda que estavam sendo abordadas naquele momento fazia toda a diferença atestar se a aeronave tinha certificado FAR 27 ou 29”, diz a denúncia;
- Em seu lado, ele escreve que teve contato com uma aeronave que era a versão militar do helicóptero que se acidentou, mas, segundo a promotora, na verdade se tratava de versão de outro modelo;
- Perito usou informações sobre exames das quais não participou ou realizou, como análise de combustível e fluído hidráulico. “Comparando seu laudo com o da aeronáutica, percebeu-se que se tratava de cópia integral”, disse a promotora.
De acordo com o MP, as informações falsas, aliadas a outros erros da investigação, “quase fizeram mudar os rumos do inquérito policial”, além de resultarem no indiciamento de outras pessoas indevidamente.
Os cinco funcionários da Helipark, empresa que fez a manutenção do helicóptero, foram liberados das acusações.
O juiz Renato de Andrade Siqueira, que recebeu a denúncia, porém, negou a medida cautelar pedida pelo MP para afastar o perito do cargo imediatamente.
Fonte: G1