Investigadores desenvolvem tecnologia que permite datar as impressões digitais
Fonte: ZAP.aeiou (Portugal) Encontrar as impressões digitais numa cena de crime nem sempre é suficiente para haver condenação, podendo os suspeitos alegar que as mesmas foram deixadas antes de o crime ocorrer. Essa realidade pode estar prestes a mudar, com um nova tecnologia que permite datar as impressões digitais. Uma das teorias sobre impressões digitais indica que, à medida que estas envelhecem, o ozónio existente no ar reage com os triglicerídeos depositados pela ponta do dedo. Tendo por base essa teoria, uma equipa da Universidade Estatal de Iowa, nos Estados Unidos (EUA), criou uma tecnologia que permite datar as impressões digitais, noticiou o New Atlas. Os cientistas estudaram impressões digitais de três voluntários, deixadas em várias superfícies por um período de sete dias. Através de uma técnica conhecida como imagem por espectrometria de massa, foram capazes de determinar com segurança a data de cada impressão, com base na taxa de degradação dos triglicerídeos. A análise não prejudicou as impressões digitais, podendo estas ser utilizadas para identificar indivíduos. Além disso, podem ser datadas mesmo depois de terem sido polvilhadas com pó forense. A equipa concluiu que a taxa de degradação variou consideravelmente de pessoa para pessoa, provavelmente devido às diferentes quantidades de triglicerídeos nas impressões digitais. Isso significa que uma impressão só pode ser datada depois que as autoridades identifiquem o suspeito. A pesquisa foi recentemente publicada na revista Analytical Chemistry.
Produção de retratos falados auxilia polícia na identificação de criminosos na PB

Na cultura egípcia, Hórus era uma divindade, popularmente conhecida como ‘o olho que tudo vê’. Hórus também é o nome de um programa que confecciona representações faciais humanas, o chamado ‘retrato falado’, e que atualmente é utilizado pela Polícia Civil da Paraíba. O trabalho é desenvolvido por dois papiloscopistas paraibanos, certificados pela Polícia Federal para a produção desse material que auxilia no processo de investigação criminal. Os servidores estão instalados em uma sala na Central de Polícia Civil da Paraíba, no bairro do Geisel. O setor recebe as demandas das unidades policiais que utilizam o serviço na realização do percurso investigativo. “O retrato falado é um complemento na investigação. Ele serve para delimitar o universo de suspeitos e ajudar o policial no inquérito. Lembramos sempre que o retrato falado não é uma fotografia, ele é feito a partir de um relato da vítima ou testemunha de um crime. É um trabalho complexo, que demanda tempo. Um retrato falado demora entre duas a três horas para ficar pronto”, disse a papiloscopista Anacarla Braga. Todas as delegacias podem fazer uso do serviço. Ainda segundo Anacarla Braga, o retrato falado pode auxiliar bastante em casos de estupro, por exemplo, ou se uma pessoa foi testemunha de um crime de assassinato, o que liga a produção com maior frequência às Delegacias da Mulher e de Crimes contra a Pessoa (Homicídios), respectivamente. “O serviço é conhecido popularmente, mas muita gente não sabe como funciona ou não tem conhecimento que existe aqui na Polícia Civil da Paraíba. Quando recebemos via autoridade policial alguém interessado em relatar as características de um agressor, explicamos sempre que é preciso tempo e paciência, para que a gente chegue a um retrato falado mais próximo da realidade possível. Quanto mais características ou detalhes a pessoa nos der, mais completo será o trabalho, que é bastante minucioso”, explicou. Antigamente esse serviço era feito à mão, hoje a tecnologia é indispensável. O programa (Hórus) utilizado pela Polícia Civil da Paraíba foi desenvolvido por um papiloscopista da Polícia Federal, que também participou no momento do treinamento. O Hórus possui um banco de dados bem específico e é atualizado constantemente. “Após a base do retrato falado ser feita no Hórus, pulamos para uma nova fase que é a finalização da imagem no Photoshop, em que a gente aplica alguns detalhes, como óculos, boné ou outros itens mais superficiais”, completou Anacarla Braga. Para o delegado geral adjunto da Polícia Civil da Paraíba, Isaías Gualberto, esse tipo de serviço é muito útil para o trabalho policial, trazendo provas materiais e dando robustez ao inquérito. “Além de estar disponível, é interessante que os policiais civis apresentem esse recurso às pessoas como um serviço que pode auxiliar no caso. Isso faz com que vítimas ou testemunhas sintam-se mais à vontade em contribuir para a confecção do retrato falado, o que pode ajudar no processo investigativo”, finalizou. Fonte: Paraíba on-line