Caso envolvendo gêmeos univitelinos idênticos é desvendado pela papiloscopia da Pefoce

Fonte: Pefoce CE O Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN), responsável pela identificação papiloscópica (através das impressões digitais) dos corpos que dão entrada na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), elucidou mais um caso de identificação envolvendo gêmeos univitelinos (idênticos), através da análise das impressões digitais. A dúvida sobre a identificação questionada foi sanada após a comparação das impressões digitais dos irmãos gêmeos, que os diferenciou. Um dos irmãos sofreu um acidente de trânsito e foi a óbito. O corpo deu entrada na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) da Pefoce como desconhecido, no último dia 25 de dezembro. No mesmo dia, um parente apresentou uma certidão de nascimento que o denominava como ‘Cosmo Damião’ (51). A perícia necropapiloscópica realizada pelos auxiliares de perícia do LIN constatou que o padrão das impressões digitais do corpo coincidia com as impressões digitais contidas no prontuário civil do banco de dados da Pefoce, porém, o que parecia um caso comum tornou-se atípico. A família voltou a Pefoce informando que levou a certidão de nascimento errada, que quem teria morrido, na verdade, se tratava de ‘Damião Cosmo’, irmão gêmeo de Cosmo Damião. Mesmo o exame necropapiloscópico tendo dado positivo para a identificação de Cosmo Damião, a equipe do LIN, juntamente a equipe do Laboratório de Impressões Papiloscópicas (LIP), realizou a análise papiloscópica das impressões digitais contidas nos documentos de Damião Cosmo, o irmão vivo, e compararam com as digitais coletadas do corpo do irmão falecido. O resultado da perícia constatou que os irmãos possuem pontos distintos nas impressões digitais e que essa seria a única forma de os diferenciar, já que gêmeos univitelinos possuem diversas características em comum, incluindo o mesmo material genético. De acordo com o assessor técnico do LIN, Laerte Gonçalves, as impressões digitais coletadas do corpo e as impressões digitais da documentação de Cosmo Damião foram confrontadas e coincidiram, não dando margem para erro. “Esse método da papiloscopia é um dos métodos científicos de identificação eficaz, principalmente para casos de gêmeos univitelinos. Não há um ser humano no mundo com as impressões digitais idênticas a de outra pessoa, nem nos casos dos gêmeos univitelinos que são idênticos na aparência, mas possuem impressões digitais diferentes”, enfatiza. Para a elucidação do caso atuaram equipes do LIN e LIP, ambos pertencentes a Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) da Pefoce. Os profissionais em papiloscopia verificaram a documentação de ambos os irmãos e confrontaram as informações contidas na base de dados do sistema da Pefoce. Todos os dados levantados e confrontados confirmaram a identificação dos gêmeos. Necropapiloscopia A necropapiloscopia é o método que consiste na identificação de cadáveres a partir das papilas dérmicas, onde são encontradas as impressões digitais. A coleta das impressões digitais da pessoa falecida é feita e comparada com algum documento trazido por familiares podendo ser a carteira de identidade, carteira de trabalho ou algum outro que tenha o registro da digital da pessoa. Essas impressões também são confrontadas com a base de dados no sistema da Pefoce, que possui mais de 4,5 milhões de perfis cadastrados. Gêmeos idênticos Os gêmeos idênticos (ou univitelinos) se assemelham nos detalhes físicos, estéticos e, inclusive, possuem o mesmo material genético, pois são formados quando um único óvulo, fecundado por um espermatozóide, se divide em dois embriões. A princípio, esses irmãos deveriam ser idênticos em todos os detalhes, porém, se diferenciam nas impressões digitais. As papilas dérmicas que se desenvolvem quando os bebês estão no útero, são formadas a partir do contato das mãos do feto com o ambiente intra-uterino, no caso dos gêmeos univitelinos, eles estão posicionados de forma diferente, por tanto a formação das papilas dérmicas também ocorrem de modo diferente.

Polícia e PCT Guamá trabalham em sistema de identificação de retrato falado com características regionais

Fonte: Agência Pará – Por Jackie Carrera (SECOM) Dos famosos cartazes de ‘Procura-se’, o retrato-falado sempre esteve no cinema e nos desenhos animados. Uma demonstração clara de que ele sempre fez parte do nosso dia a dia e é cada vez mais atual. Desde o primeiro retrato falado, datado do fim do século 19, até hoje, a representação descritivo-facial por meio de imagens continua sendo uma importante ferramenta na investigação policial. No Pará, a Diretoria de Identificação da Divisão de Homicídios da Polícia Civil iniciou uma parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia – PCT/Guamá para instalar o primeiro Sistema Automatizado de Identificação Biométrica (ABIS) do Estado, que terá o primeiro retrato falado com características da região amazônica. Atualmente, a Polícia Civil do Pará utiliza o banco de imagens do Instituto Nacional de Identificação, em Brasília, que é o mesmo da Polícia Federal, e elabora os retratos com o uso do Photoshop. Mas o da Polícia Civil do Pará, com detalhes faciais característico da região Norte, será o único. “Através de um convênio com o PCT, nós estamos projetando um sistema biométrico, onde dentro dele teremos um banco de imagens regionais para fazer reconhecimento facial. Ou seja, detalhes do rosto, dos olhos, do nariz, da boca, queixo, tudo que remete às características de quem é da região Norte. Hoje nós temos peças universais, de outros países e regiões do Brasil. Mas o nariz de quem nasce no sul não é igual de quem nasce aqui. Então além das peças universais, teremos também a regional”, explica o diretor do setor de identificação, Jorge Almeida, que tem experiência de mais de 25 anos na área. Segundo Jorge Almeida, apenas 17 estados brasileiros possuem o sistema de identificação biométrico, atendendo a implantação da nova carteira digital (Decreto 9713/ 2019). O sistema automatizado biométrico é o mais completo e moderno, pois cruza informações do retrato falado com informações de impressões digitais. “Os programadores já começaram a desenvolver o sistema biométrico, e nós estamos repassando todo o banco de imagens da Polícia Civil para que ele seja desenvolvido. O trabalho deve levar 4 anos para ser concluído. Estamos aguardando os recursos do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento). O investimento é alto, mas de uma só vez. Porque se a gente fosse comprar um sistema aí do mercado, o ABIS de uma empresa privada, iria custar de R$12 a R$30 milhões, sem contar que seria por contrato temporário”, ressalta Jorge Almeida. Ao longo dos anos, com o avanço da tecnologia, o retrato falado passou de um desenho feito à mão para a combinação de imagens digitais feitos em programas de computador. O processo de modernização é uma necessidade para atender os novos tempos. “Isso confere agilidade no processo de inquérito policial e na solução de crimes”, reitera o diretor de identificação da PC. Apesar de todas as mudanças na elaboração de um retrato falado, o que nunca mudou foi o fato de se basear na descrição de vítimas ou testemunhas sobre os rostos de criminosos. Essa é a parte mais humanizada do trabalho, que requer muita experiência e sensibilidade por parte dos papiloscopistas. “Contamos com a informação que sai da mente de uma pessoa. E o nosso papel é materializar essa informação. Ela precisa lembrar e descrever, mesmo tendo passado por uma situação difícil. Por isso temos todo um traquejo para lhe dar com essa pessoa. Se ela está cansada, com sono, nervosa, em choque. Não podemos pressionar a lembrar. Ela que determina quando pode falar e o que falar. Geralmente, é agendado o dia para ela vir e fazer esse retrato sem pressa e mais tranquila”, conta a papiloscopista, Lúcia Oliveira. Cada detalhe é importante ser colhido para chegar a um retrato fiel do criminoso. Mas nem sempre isso é possível. Os profissionais contam que a experiência ajuda muito para identificar até mesmo que a vítima não tem ideia nenhuma do autor do crime. “Há casos que conseguimos perceber que essa vítima não viu o criminoso. Ela disse no primeiro momento ao delegado, mas quando chega aqui não consegue dar nenhuma característica. Em outros casos, a pessoa não lembra mesmo dos detalhes do rosto, mas conversando com a gente consegue lembrar de uma tatuagem, a estatura, alguma característica no corpo. Aí o retrato falado não é possível de ser feito, mas essas outras descrições nós relatamos no laudo enviado ao delegado”, conta Ana Pimentel, outra papiloscopista que faz parte da equipe de identificação forense da polícia civil. O trabalho sério e relevante à sociedade tem ajudado a solucionar vários casos  policiais, de estelionato, a estupros e latrocínios. Um dos casos emblemáticos da história da Segurança Pública do Estado, foi o do esquartejamento do jovem, Joelson Ramos, em um motel na região metropolitana de Belém. A principal acusada, Savana Nathália, foi descrita por duas testemunhas, o taxista e a funcionária da lanchonete. “O retrato falado dela foi fundamental para chegar na namorada da vítima”, afirma Leuzimar Torres. Na época, a polícia conseguiu traçar uma linha de investigação baseada na relação que ambos tinham pela internet, e descobrir um terceiro suspeito, o amante de Savana. “o retrato falado não é prova de crime. Não podemos afirmar que alguém parecido com a imagem é o criminoso. Mas o retrato se assemelha, é um forte indício que auxilia no inquérito policial. Serve como o norte para identificar o verdadeiro suspeito”, disse Leuzimar Torres, papiloscopista. O trabalho de identificação por retrato falado é feito pela equipe da Divisão de Homicídios em Belém, mas também nos municípios de Santarém, Marabá e Castanhal. Nos outros municípios são atendidos casos prioritários, sobretudo para identificação de quadrilhas de roubo à banco que atuam no interior do Estado.

Policial civil participa de congresso nos Estados Unidos

 Da Comunicação Sinpol-DF O secretário-geral-adjunto do Sinpol-DF e perito papiloscopista Rodrigo Meneses participou do 103º IAI – International Forensic Educational Conference (ou, em português, Congresso Internacional de Identificação) em San Antonio, Texas, nos Estados Unidos (EUA). No evento, ele apresentou duas pesquisas desenvolvidas do doutorado em Nanociência e Nanobiotecnologia, que cursa na Universidade de Brasília (UnB). Rodrigo é especialista em análise de impressões digitais há mais de oito anos. Esta foi a primeira apresentação do policial civil em uma convenção internacional, sendo o único representante brasileiro na ocasião. A primeira pesquisa, “Síntese verde de nanopartículas de prata para a revelação de impressões digitais latentes”, consiste na investigação de produtos naturais da biodiversidade brasileira para a produção de nanopartículas de prata com o intuito de detectar impressões digitais em materiais e objetos encontrados em locais de crime. Já a segunda, “Aplicação de Espuma de Sílica Mesocelular (MCF, na sigla em inglês) para análise de impressões digitais latentes”, envolve a aplicação de nanomateriais de sílica para o tratamento de impressões digitais recolhidas em locais de crime, visando sua análise técnica para a finalidade da identificação humana. Em resumo, os dois estudos do perito papiloscopista apresentam métodos técnicos em nanociência e nanobiotecnologia que irão contribuir para novas abordagens em análise de impressões digitais. “Essas técnicas estão sendo desenvolvidas, ainda, como pesquisa. O objetivo é que, após concluídas, elas possam ser incorporadas no Instituto de Identificação de Brasília”, afirma Rodrigo. Ele destaca que, diante de tantas outras instituições, o trabalho do Instituto de Identificação de Brasília (II) impressionou papiloscopistas de outros países. “Ainda que a nossa tecnologia seja menos sofisticada que de alguns países, as nossas análises, o trabalho bem feito e os números positivos chamam atenção mundo afora”, comemora. A participação no congresso somente foi possível com o apoio da Associação Brasileira de Peritos Papiloscopistas (Asbrapp), que deu suporte para a inscrição do evento, e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), que ajudou nos custos de passagem e hospedagem do pesquisador. “Foi enriquecedor compartilhar conhecimento com pessoas de outros países que atuam profissionalmente na mesma ciência. Além, também, de poder desenferrujar o meu inglês”, brinca. O CONGRESSO O congresso ocorre anualmente em diferentes cidades dos EUA e é promovido pela The International Association for Identification, com o objetivo de reunir profissionais capacitados e experientes para educar, compartilhar, criticar e publicar métodos, técnicas e pesquisa nas disciplinas de ciências forenses físicas. A programação ocorreu entre os dias 29 de julho e 4 de agosto. Fonte: www.sinpoldf.com.br

Revelada identidade de militar suspeito de desviar munição do Exército para facção

Vazou a fotografia e o nome de um dos supostos militares presos sob a suspeita de ter desviado munição do Exército Brasileiro e que foi parar nas mãos de traficantes de drogas pertencentes a uma facção criminosa instalada nas comunidades “Babilônia” e Barroso 2, na zona Sul de Fortaleza. O militar seria um soldado destacado no 10º Depósito de Suprimentos da 10ª Região Militar, sediada em Fortaleza no bairro Dias Macedo. O soldado se chama Maycon e está preso disciplinarmente no Quartel do 23º Batalhão de Caçados, localizado na Avenida 13 de Maio, no Bairro de Fátima, na Capital cearense. Ele e outro militar – cuja identidade não foi ainda revelada – foram presos na semana passada após a descoberta do “sumiço” de aproximadamente 14 mil cartuchos (balas) de calibre 7.62, munição utilizada em fuzis. O Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil cearense auxilia a Inteligência da 10ª Região Militar nas investigações sobre o caso e nas buscas para recuperar a munição. Parte do material já teria sido encontrado enterrada em uma casa na comunidade Barroso 2. O terreno foi dado a um dos militares em troca da munição, além de uma motocicleta, pela facção Guardiões do Estado (GDE), a mesma que, há duas semanas, expulsou de casa várias famílias do Barroso 2. Tráfico e guerra A descoberta do desvio da munição teria ocorrido quando a tropa do Exército aquartelada em Fortaleza foi convocada para se deslocar ao Rio Grande do Norte para restabelecer a ordem pública em decorrência da greve de policiais civis e militares daquele estado vizinho ao Ceará.  Neste mesmo episódio, um oficial da tropa cearense foi encontrado morto no alojamento em Mossoró (RN), para onde o contingente do 23º BC foi deslocado. O caso também está sob investigação sigilosa. As informações dão conta de que o soldado Maycon estaria morando, ultimamente, no bairro Área Seca, em Maranguap,e local onde também há um intenso tráfico de drogas e constantes mortes em confrontos armados decorrentes da guerra entre as facções criminosas Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV). Fonte: Ceará News

Aplicativo de celular poderá ser usado como documento de identidade único

Relógio, calculadora, máquina fotográfica, leitor de e-mail, navegador de internet e, em breve, documento de identidade. Os telefones celulares terão um lugar destaque no lançamento do Documento Nacional de Identificação (DNI), que ocorrerá na próxima segunda-feira. O aplicativo ainda vai passar por testes e levará alguns meses para que esteja disponível, mas, quando isso ocorrer, será possível concentrar vários documentos na tela do celular. O DNI tem por base o recadastramento biométrico da justiça eleitoral, em que o cidadão deixa suas digitais nos cartórios eleitorais. Assim, por enquanto, apenas 73 milhões dos mais de 140 milhões de eleitores brasileiros estão aptos a aderir à medida. A previsão é que o recadastramento biométrico seja finalizado em 2022. Mas quem quiser usar o aplicativo no celular como documento de identidade e ainda não se recadastrou poderá se antecipar ao cronograma previsto. Além disso, o DNI no celular não será obrigatório e não invalidará os documentos de papel que existem hoje.Inicialmente, o aplicativo será usado por cerca de 2 mil servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Ministério do Planejamento. Serão checadas falhas e feitos testes para sanar o que está errado. A expectativa é liberá-lo para o grande público até julho. O aplicativo terá cerca de 15 megabytes, funcionará com QR code, usará como base o número do CPF da pessoa, ficará disponível off-line, terá uma senha de seis dígitos, contará com criptografia e, a cada acesso, mostrará a última vez que foi usado. Com o QR code, será possível que, com outro celular, alguém cheque a identidade daquela pessoa. Os smartphones poderão usar os sistemas Android (Google) e iOS (Apple). Relógios inteligentes também terão sua versão do DNI. Por questão de segurança, será possível baixar o aplicativo em um só dispositivo. O sistema foi desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e pela MBA Mobi, uma empresa contratada pelo TSE. Mas não bastará baixar o aplicativo. Após informar CPF, e-mail e telefone, o cidadão terá que ir a um cartório eleitoral para checar as digitais e validar esse pré-cadastro. Será uma forma de prova que aquela pessoa é ela mesma. Está sendo analisado um convênio para que esse processo seja possível também nos 13.627 cartórios de registro civil. Em relação a quem não é eleitor e, portanto, não fez nem pode fazer recadastramento biométrico, como menores de 16 anos, ainda está sendo avaliado o que fazer. A carteira de motorista ficará de fora por enquanto, mas existe a possibilidade de integrar esse documento também. Quem quiser, porém, pode baixar outro aplicativo contendo a habilitação eletrônica, cujo prazo de implantação vai até 1º de julho. Os estados preparados, porém, já podem disponibilizar o aplicativo da carteira de motorista desde a última quinta-feira. – Acho que é um avanço muito enorme. É uma coisa mais moderna. Hoje até mesmo a classe D é portadora de telefone – avaliou o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que participou do Comitê Gestor de Identificação Civil Nacional (ICN) e da elaboração do DNI. A ideia inicial era fazer um cartão. Mas o comitê fez consultas a vários órgãos públicos e privados, como o Ministério da Saúde, responsável pelo cartão SUS, e A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que detém conhecimento no gerenciamento de cartões e dados de seus correntistas. A Febraban, por exemplo, sugeriu descartar o uso de cartão com chip, o que encareceria a medida. Seria mais fácil e barato guardar as informações do cidadão remotamente, na “nuvem” da internet. As informações serão armazenadas pelo TSE. O lançamento do aplicativo será na manhã da próxima segunda-feira, no Palácio do PLanalto, com a participação do presidente Michel Temer. Fonte: Jornal O Globo

Papilosocopista da PF é premiada por criar técnica que recuperou impressão digital do dedo decepado e mumificado de criminoso

Com formação em Farmácia Bioquímica e Industrial e pós-graduada em Toxicologia, a mineira Luciana Machado Costa, se tornou papiloscopista da Polícia Federal há 13 anos. “Essa profissão tem tudo a ver com meu desejo de investigar dentro de um laboratório”, comentou a profissional que em sua trajetória se deparou com vários desafios. Como a tentativa de furto a um caixa eletrônico na cidade de Goiabeiras, em 2015, na qual o autor do delito teve o dedo decepado e este ficou na cena do crime, sem que o ato fosse consumado. O perito da Polícia Civil encaminhou a evidência para o laboratório da PF a fim de que fosse levantada a impressão digital. “Esse dedo chegou 20 dias depois da coleta e se encontrava muito ressecado, desidratado e dobrado sobre si mesmo. Media cerca de 6 mm x 5 mm. O desafio era conseguir hidratar essa pele, torná-la plana para recuperar o desenho digital desse dedo”, contou a profissional. Não existia técnica para isso e houve uma intensa pesquisa sobre técnicas de necropapiloscopia. “Fizemos levantamento bibliográfico de técnicas de identificação cadavérica usadas em desastres em massas, terremotos, tsunamis, acidente aéreos e, a partir disso, desenvolvemos uma para aquele tecido que estava mumificado”, explicou a papiloscopista. Foram utilizados reagentes em soluções criadas especificamente para esse caso. “Conseguimos o desenho digital. Depois foi feito separação das camadas epiteliais e houve a recuperação da impressão com 14 pontos característicos. Isso é mais do que suficiente para identificar alguém. Com oito pontos já é possível. Essa marcação mostra sucesso na técnica, uma certeza absoluta que o dedo pertenceu ao autor do delito”, disse Luciana, acrescentando que foram 20 dias para concluir o trabalho complexo no qual foram utilizadas técnicas de macrofotografias, softwares e editores de imagens. O resultado desse esforço resultou em dois prêmios: um no Biometrics HITec, evento que reuniu empresas e profissionais que atuam com biometrias, tecnologias e técnicas de identificação humana, em Brasília, em agosto passado e outro no II Workshop Mineiro de Ciências Forenses, que aconteceu na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em dezembro. O reconhecimento deixou Luciana ainda mais estimulada e contente com seu trabalho. “Eu me senti realizada e com a certeza de que investir em pesquisa é o mais importante na minha profissão”.   Fonte: Site SindiPolf- SP

Papiloscopia pega ex-ministro e desperta curiosidade sobre a ciência

Na maior apreensão de dinheiro vivo da História do Brasil, um mindinho roubou a cena. Um mindinho da mão esquerda. Foi graças à impressão digital deixada por ele que a Polícia Federal conseguiu uma prova concreta do envolvimento de Geddel Vieira Lima com os R$ 51 milhões encontrados num apartamento de Salvador dois meses atrás. Desde que a série “CSI” virou hit nos anos 2000 (a temporada de estreia reuniu 20 milhões de espectadores, e a atração se tornou uma das mais cultuadas na TV), os papiloscopistas não protagonizavam um enredo tão elaborado. — O pessoal confunde nosso trabalho, muita gente não sabe o que é. Mas a papiloscopia é importantíssima. É a rainha das provas — diz Antonio Maciel Aguiar Filho, presidente da Federação Nacional dos Peritos Oficiais em Identificação (Fenappi). Na hora de uma investigação, afinal, uma testemunha sempre pode mentir. Já uma impressão digital… Quando a equipe da Polícia Federal encontrou a dinheirama no tal apartamento de Salvador, começou ali um trabalho de busca de elementos que pudessem revelar os bastidores da história. Num plástico que embrulhava R$ 100 mil, os peritos encontraram a digital. Lançada no banco de dados da PF, a imagem “deu match” com o mindinho carimbado nos registros do passaporte do ex-ministro. Em notas de dinheiro foram achados fragmentos de outras impressões, depois identificadas como sendo também de Geddel e de Job Ribeiro e Gustavo Ferraz, que trabalhavam para ele. A parte das digitais, porém, é só o papi da papiloscopia. — Somos profissionais que trabalham no processo de identificação humana — Maciel esclarece. — E isso acontece por análise de digitais, sim, mas também por representação facial, com reconstituições, projeções de envelhecimento, rejuvenescimento e disfarce, comparação facial e o tradicional retrato-falado. O SENHOR IFP Hoje, ele estima que existam entre 4 mil e 4.500 peritos oficiais dedicados a esse trabalho. Gente que atua desde a emissão de carteiras de identidade até a identificação de cadáveres e, como no caso citado ao longo deste texto, na investigação de autores de crimes. São pessoas com formações variadas, mas terceiro grau obrigatório, que fazem concurso e ingressam na profissão ganhando, no mínimo, cerca de R$ 5 mil (os salários variam bastante dependendo do local de trabalho). Ciência de nome empolado, a papiloscopia chegou ao Brasil em 1903 pelas mãos do escritor (foi membro da Academia Brasileira de Letras), jornalista, advogado e político Félix Pacheco. Fundador do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal-RJ, hoje Instituto Félix Pacheco, ele descobriu a novidade numa viagem à Argentina. Diante de tantas fraudes, laranjas e esquemas de corrupção, não tem faltado trabalho aos peritos da área. Recentemente, o TSE descobriu, graças à biometria, 25 mil títulos de eleitor duplicados. Ao cruzar as digitais, o órgão encontrou um único sujeito com 52 títulos. — Há muitos exemplos de sucesso. Lembra o serial killer de Goiânia? — pergunta Maciel, referindo-se ao vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, que já passou por 30 júris populares e foi condenado 28 vezes. — Impressões digitais achadas num copo foram fundamentais no processo. Fonte: Jornal O Globo

Papiloscopia auxilia na elucidação de crime no Rio Grande do Norte

O perito criminal Ladislau Brito, do Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC-AM), ajudou a solucionar um caso no Estado do Rio Grande do Norte. Ele esteve à frente da Operação de Perícia da Força Nacional de Segurança Pública, no Estado do Rio Grande do Norte, que realizou os exames periciais e elaborou o laudo do caso. No dia 26 de dezembro de 2016, o cabo da Polícia Militar do Rio Grande do Norte Ivan Márcio da Costa Xavier, 39, foi vítima de um latrocínio no município de Parnamirim. A policia tinha alguns suspeitos do crime, mas não existia nenhuma prova da participação dos mesmos no caso. Ladislau fez os exames de comparação balística da arma encontrada com os suspeitos, a perícia do carro utilizado no crime, onde foram obtidas impressões digitais e material genético para a análise forense e a papiloscopia. “Por meio desses exames foi possível identificar os suspeitos do crime. O que descobrimos na aérea da perícia foi qual seria a arma utilizada no crime. Tinham algumas armas apreendidas suspeitas, e teve uma dupla de criminosos presos em Mossoró com um fuzil AR-15 calibre 5,56mm. A investigação suspeitava que aquela arma teria sido utilizada no latrocínio, e que a dupla fazia parte da quadrilha”, disse o perito, ao explicar como comprovou a participação dos suspeitos. “Quando eles executaram o policial ficou uma cápsula no local e solicitaram para mim fazer o exame de comparação balística que deu positivo e comprovou que aquele fuzil apreendido com aquela dupla no interior do Rio Grande do Norte foi o fuzil utilizado para matar o policial”, completou. Segundo o perito, foi necessário ir até o presidio do município de Mossoró para coletar a impressão digital e o DNA dos suspeitos. “Desses dois que estavam presos um tinha impressão digital no veículo, ou seja, a gente conseguiu achar uma prova cientifica que um desses criminosos estava no veículo. Coletamos a impressão digital também de um terceiro suspeito que estava solto, e foi comprovado que ele também estava dentro do veículo, então dois criminosos tiveram a presença confirmada dentro do veículo por conta da impressão digital”, argumentou. O perito afirma que um veículo, com pelo menos quatro integrantes, desceu no local para roubar um malote e durante a ação eles atiraram no policial militar que morreu. “Eles estavam usando luvas, estavam usando mascaras e estavam em um carro roubado que foi abandonado a uns 500 metros do local do latrocínio, até então não existiam provas cientificas. No carro fizemos a coleta de material genético, coletamos as impressões digitais no volante, na maçaneta, no freio de mão, e também de algumas luvas que eles usaram durante a ação que ficaram dentro do veículo”, relatou. Ladislau Brito explica, ainda, que as análises do DNA e das impressões digitais são feitas por comparação, e relata algumas dificuldades durante a operação. “Faltava ainda a análise do DNA, por que lá no Rio Grande do Norte não tem laboratório de DNA, mesmo assim eu coletei as amostras e fui tentar fazer em Brasília. Eu fiz a análise dos dois suspeitos presos em Mossoró e saiu o laudo comprovando que o DNA de um dos criminosos, que era aquele que não tinha a digital confirmada, estava dentro do veículo, então, com base nisso tudo, a gente conseguiu confirmar a participação de três criminosos no latrocínio”, finalizou.

Perita Papiloscopista de Aquidauana se destaca nacionalmente por atuação na Força Nacional

  Há um ano, a Perita Papiloscopista de Aquidauana Giselia Subtil Maldonado, vivenciou experiências profissionais no mínimo diferentes e desafiadoras. Ela iniciou sua jornada no Departamento da Força Nacional de Segurança Pública (DFNSP), embarcando para o Rio de Janeiro e juntou-se aos quase nove mil homens e mulheres que fizeram a segurança de um dos maiores eventos esportivos do mundo, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Logo após os Jogos, Gisa, como é conhecida entre os colegas, foi para Brasília onde participou da 8ª instrução de Nivelamento de Conhecimento (INC-PERICIA-2016). Um curso que contou com a participação de Peritos Criminais, Papiloscopistas e Médicos-legistas de todo o Brasil. O objetivo do INC foi nivelar os conhecimentos aplicados à perícia, com aulas teóricas e práticas de diversas temáticas relacionadas à Perícia Técnica Científica. O curso teve duração de três semanas. A conclusão é um requisito obrigatório para atuação nas operações da Força Nacional. Destaque entre militares do Brasil todo Após a realização do curso, a Perita Papiloscopista sul-mato-grossense foi convidada a ministrar aulas para a formação de 450 policiais e bombeiros militares na 62ª INC (Instrução de Nivelamento de Conhecimento) do DFNSP. Gisa ministrou a disciplina de “Técnicas de Isolamento de Preservação em Locais de Crime”, no estado de São Paulo, e depois na Academia Nacional de Polícia, em Brasília (DF). Perita de Aquidauana se destacou na Região Nordeste do Brasil No início de 2017, Giselia foi enviada à Aracaju (SE) para realizar um diagnóstico da perícia criminal daquele Estado, com o objetivo de dar início ao Plano Nacional de Segurança Pública de Combate a Homicídio, do Ministério da Justiça. Posteriormente, foi mobilizada para atuar em Natal (RN), considerada uma das capitais mais violentas do país. Em Natal, atuou em parceria com os peritos daquele Estado, prestando apoio técnico operacional, confecção de laudos de demandas reprimidas e confecção de laudos de perícias requisitados diariamente, desta forma, a Papiloscopista Giselia pôde auxiliar o Instituto Técnico Científico (ITEP-RN) a atingir as metas e diretrizes operacionais e administrativas traçadas pela gestão. Em relação aos exames periciais, Giselia atuou mais em pericias necropapiloscópicas, por conta dos altos índices de homicídios registrados na cidade, e o aumento da demanda de entrada de cadáveres no IML (Instituto Médico Legal), que necessitam de identificação para liberação dos corpos. Além de perícias em objetos e veículos provenientes de crimes que envolviam homicídios. Um dos trabalhos periciais mais importantes realizados por Giselia foi a perícia papiloscópica em um veículo envolvido em um latrocínio (roubo seguido de morte), que culminou na morte de um policial militar em dezembro de 2016, perícia esta realizada três meses depois do fato, em março de 2017. Por meio da coleta das impressões digitais foram identificados os dois autores envolvidos no crime. A realização dessa perícia foi fundamental para a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, já que possibilitou solucionar o caso e desmantelar uma quadrilha especializada em roubo a bancos e malotes. Está registrado em documentos oficiais o significativo reconhecimento dos trabalhos desenvolvidos por Giselia. Um dos elogios foi emitido pelo coordenador da Operação PNSP Natal-RN Perícia e Perito Criminal da Força Nacional de Segurança Pública, Ladislau Brito Santos Júnior. Em seu discurso, reforçou as virtudes profissionais da perita. Outro merecido elogio veio da diretoria do Instituto de Criminalística do RN, Lydice Carolinne Guerra, que ressaltou amplamente a exemplar postura ética, os valores pessoais e a qualidade do trabalho prestado por Giselia Subtil Maldonado, Perita Papiloscopista de Mato Grosso do Sul. A Perita Papiloscopista retornou ao estado no dia 30 de abril, trazendo muitas histórias, grandes experiências vividas na perícia do país, além de elogios de sua importante passagem pela Força Nacional.   Fonte: Sinpap/MS  

Polícia Civil do RJ tem deficit de 60% de peritos no estado

A crise financeira que o Rio de Janeiro enfrenta é mais um obstáculo para a segurança pública do estado. Papiloscopistas, peritos que trabalham para identificar impressões digitais, estão com o efetivo reduzido por falta de recursos públicos. Atualmente, o Rio de Janeiro tem um déficit de 60% desses profissionais que são importantes na conclusão das investigações criminais. Com essa situação, muita gente que estava tentando entrar na área da perícia e no cargo de papiloscopista não consegue ser admitido. Como mostrou a GloboNews nesta terça-feira (4), Ariella Garcia é uma das pessoas que passou no concurso em dezembro de 2014 e está há um ano sem poder assumir, mesmo tendo feito o treinamento na Academia de Polícia. “A gente passou nessa prova em dezembro de 2014 e, desde julho do ano passado, a gente está apto a ingressar na Polícia Civil e até agora nós não fomos chamados. A gente está em casa, aguardando essa convocação. A maioria das pessoas que passou nesse concurso teve que largar seus empregos, porque a gente teve que fazer a AcadePol, concluir o curso de formação em horário integral. A gente está desempregada aguardando a convocação do estado e, por outro lado, o estado precisando da gente”, disse Ariella. Ariella procurou o Ministério Público, que agora entrou com um inquérito criminal para apurar onde foi parar o dinheiro que foi destinado para a convocação desses profissionais. O MP está ouvindo as autoridades e o inquérito ainda não foi concluído. Assista o vídeo: https://goo.gl/photos/4ThCpbKUn5FFUHkp6 Fonte: G1 notícias